quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Combate das Faces






Quero beber na praça, tropeçar nas ruas com um litro na mão,
Gritar, cantarolar, ainda que desafinado, uma bela canção.
Experimentar um cigarro amassado e depois cuspir no chão.
Quero festejar a tristeza de minh’alma sem nenhuma inquietação!

Somos muitos vagando pelo centro querendo chamar atenção
De todos estes que sou eu, de um deles tu não escapas:
É a tua face negando a exposição. Então, não me perturbes, não me esnobes;
Pois de todos estes que sou eu, tu és a mais covarde.

Não estou aqui por ti! Vim tropeçando ébrio buscando encontrar a mim
Jogando ao léu uma a uma das máscaras, estou quase chegando ao fim
Veja agora no meio da praça! Já não há máscaras, só a triste cara desnudada.
Agora me deixe descoberta aqui à margem e fuja da verdade arrastando a tua cara pesada.


(Liliana Almeida)


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