quarta-feira, 7 de novembro de 2018

A moça

          Súbito saí no horário de onde estava. Na calçada, olhei para o lado esquerdo e o direito. À esquerda parecia que a única direção possível era a contrária, pois a rua não era só escura demais, como parecia fechada por muros altos. Por ali impossível passar. Logo, trilhei na direção oposta; rumei por direita.
             A rua escura, um tanto deserta, passavam velozes por mim alguns carros. Não sei ao certo quantos; eu, um tanto apreensiva, seguia a pé.          
            Preocupada com o breu, avistei há alguns poucos metros de mim, uma pessoa. Pelos cabelos grandes e a finura do corpo, parecia uma moça. Apertei os passos tentando acompanhá-la. Ela seguia veloz e parecia não me notar e eu, correndo, tentava tocá-la ao ombro e insistia em chamar: “moça”, “moça”, mas era em vão. Embora ela parecesse tão perto de mim e tão acessível ao meu toque e ao som de minha voz, não conseguia encostar e nem ter sua atenção; inútil era meu esforço.          
           De repente, quase que em um piscar de olhos, tal como estava nítida à minha frente, como um raio, deixando só a faísca do rastro, sumiu. Desapareceu naquele horizonte sombrio. Aturdida, receosa, já em pânico, deparei-me em um lapso e nele fui levada à luz do entendimento.          
         Aquela moça veloz, indiferente e pretensiosa, era o Tempo.Em grande pressão anímica, moída e destroçada, conformei-me em saber que nunca iria mesmo acompanha-lo. Caí em mim, como em um poço seco e fundo e percebi como somos lentos e escusados numa esfera que em segundos foge à nossa vista e nos deixa vulneráveis.



segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Mais uma vida


De tantas vidas ela voltou...
Mudanças, estranhezas, mesma alma de muitas vidas e incertezas.

Tanto perdão e a mesma dor no coração!

Tomaram-na com escárnio e ela silenciou...
A voz, a emoção, a vida passou em câmera lenta à sua vista. 

Ela observou.
Fechou os olhos e deixou-se levar pela escuridão!

                                                                             
                                                                                                     (Liliana Almeida)

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Domínio de si


Em algumas brigas eu não entro por incapacidade!
Incapacidade de ser igual ao meu oponente, pois não posso me permitir ser aquilo que abomino.


(Liliana Almeida)

DEPRESSÃO

A depressão é uma doença que precisa ser cuidadosamente observada e tratada. Não é motivo de vergonha, não é indício de fraqueza.
As pressões externas, sejam no profissional ou pessoal, as rejeições, os assédios, a insatisfação consigo mesmo, a desconfiança, a falta de esperança, o "peso" da vida que, muitas vezes, torna-se maior do que se pode suportar, pode levar qualquer pessoa a colocar em risco sua saúde metal.
Portanto, não permita a você mesmo o abatimento emocional!
Defina um novo caminho para sua vida!

CUIDE-SE!!!

(Liliana Almeida)






Crentes

Quando ouço falar em crentes, minha memória, vividamente, remete à uma única ideia: mortos-vivos.
São, até onde lembro, criaturas que atacam sem piedade àqueles que possuem frescor que eles não têm.
São serzinhos doentes cuja "vida" é mantida por meio do esforço, suor e sangue de pessoas de boa fé.
São bichos irracionais que mantêm-se de pé, se alimentam, se fortalecem, sugando, devorando, dilacerando ingênuos que acreditando em uma causa maior, rendem-se às falácias virais.
São podres que infectam ao menor arranhão!
...
Há muitos males em nosso tempo e um deles é essa peste danosa que devasta mais do que fora devastado o Egito no período das pragas.

(Liliana Almeida)



#ELENÂO

Nestes tempos de intolerância e pouco senso, faz-se complicado esboçar qualquer palavra, pois a uma única letra "parimos" uma resenha não desejada.
Para o caos ser instaurado, basta um pequeno descontrole e nos colocarmos contra uma grande massa, alimentada pela cólera, é abrir fogo contra a nossa liberdade de manifestação / expressão, quiçá contra nossa moral e saúde mental.
Ainda assim, sempre andei na minoria e afugentei o senso comum, por assim ser, é que sem temor de perder o que não tenho, estou conscientemente com o #elenunca 👈
✌#

(Liliana Almeida)