quarta-feira, 20 de abril de 2016

Cena 9001 e contando...

Uma das sessões extraordinárias do espetáculo ocorrido no último dia 17/04, o que muito se tem falado é sobre o comportamento do deputado Jean Wyllys. E por incrível que pareça, a maioria das pessoas que se manifestaram nas redes sociais, não só exaltaram o deputado Jean, como defenderam o seu comportamento frente ao Bolsonaro.

Se ele, de fato, foi vituperado, torturado moralmente como diz, eu entendo sua cólera, sua inquietude emocional e conceituo que ninguém merece sofrer tal escárnio. Entretanto – veja bem – entretanto, achei ridículo e discordo terminantemente do meio que ele encontrou para reagir ao insulto, pois por tudo que ele é, pela formação que possui, pelo cargo que ocupa, espera-se um comportamento diferente. Agindo assim, ele conseguiu superar a baixeza do “canalha” que o injuriou.

O que me deixa com “urticárias”, verdade seja dita, é o fato das opiniões / manifestações tomarem proporções que afugentam o bom senso, a educação, as boas maneiras e, principalmente, incitam e/ou apoiam a agressão, seja física ou verbal. E o curioso é que a maioria das pessoas que expressaram opiniões, são apologistas da paz, do preconceito racial, da indisposição que muitos ainda nutrem contra os homossexuais, etc. O que é que estamos defendendo mesmo?




Outrossim, é válido lembrar que meu texto não inocenta o Bolsonaro em absolutamente nada. Ele nem no inferno é uma vítima, bem como o Jean (medido por esta postura) também não o é. Naquele espetáculo em que a Literatura renascentista intitularia de tragicomédia, a real vítima não se fazia presente. O Povo!



(Liliana Almeida)