“Tenho uma preocupação séria a
compartilhar com vocês, meus amigos, pela autoridade de Jesus nosso Senhor.
Tentarei ser o mais direto possível: vocês precisam aprender a entrar em
acordo. Devem ter consideração uns pelos outros, cultivando a vida em comum.” (I Co
1;10 – A Mensagem)
Houve um tempo em que a comunhão era preciosa entre os pares, entre os
irmãos. A dor sofrida por um era sentida
por todos e, em momentos assim, mesmo que as palavras fossem dispensadas, o silencio
transmitia fidedigno os sentimentos que fortaleciam as relações. O encontro das
almas era verídico e isso significava muito e bastava; subsequentemente, era
como as águas que sobravam dos rios e corriam saudavelmente aos mares. Tudo era
soma!
O perder de um, era a tristeza de todos; a alegria de algum, a todos
contagiava. Não faltava a relevância; todos tinham sua significância. Em uma
multidão de cem, a ausência de uma era arrasadora aos corações; as noventa e
nove aguardavam o resgate da amiga perdida com emoção. Era um tempo em que
havia disposição para o perdão.
Porém, nestas mutações hodiernas, o tempo levou consigo a comunhão! A
humanidade se perde! O amor compromete-se com o descaso; a amizade vibra por
interesse próprio; as relações falindo cada vez mais. Hoje, minha tristeza não
o sensibiliza, sua alegria não me faz festejar; minha dor não o comove, suas
lágrimas não me fazem chorar.
Vivemos em um tempo em que calar às agressões é covardia, amar é
estupidez, perdoar é fraqueza! A comunhão preside enquanto for de interesse das
partes beneficiar-se de alguma forma; o crivo da clareza, pureza e nobreza
deixou de existir; tudo tornou-se uma mistura tóxica, um lixo químico que
inflama e corrói e que em qualquer instante, pode explodir. A satisfação da
irmandade foi deixada para trás; a comunhão deixou de existir.
Deixamos de observar o Cristo, mesmo quando anunciamos o Céu e, assim, nos
assemelhamos ao senso comum caminhando a passos largos, em um caminho largo, almejando,
sozinho, o primeiro lugar.
(Liliana Almeida)
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