“ E, não aparecendo, havia já muitos dias, nem sol nem
estrelas, e caindo sobre nós uma não pequena tempestade, fugiu-nos toda a
esperança de nos salvarmos.” (Atos 27:20)
Em toda nossa trajetória
de vida, se considerarmos os verbos “sofrer”, “chorar”, “perder”, nos tempos
pretérito perfeito e/ou pretérito imperfeito encontraremos uma constante, seja
por um motivo ou outro. A vida é bem assim, às vezes chega com algumas interrupções
que parecem ser fatais. Não é por sermos filhos e servos de Deus que teremos
uma vida sempre ajustada.
Esta realidade nos inquieta sobremaneira! Os que já
experimentaram a amargura, especialmente, não desejam outra coisa que não seja
satisfação. Uma vida de percalços, opressões, misérias, desenganos, não é própria
para um cristão.
Enganamo-nos! Ao voltarmos nossa atenção para a bíblia,
encontramos um homem que tinha sua vida dedicada à causa do evangelho de Cristo
deparando-se com as mais terríveis situações e, tantas vezes, perigo de morte.
Lucas, relata em Atos 27 a trajetória deste servo de Cristo lutando pela
sobrevivência ao enfrentar a “fúria” de uma violenta tempestade que parecia não
ter fim. Cenário em que o sol e as estrelas foram constrangidos a não aparecer,
deixando, assim, o servo do Senhor e os seus companheiros sem esperança de
salvação.
As tempestades e as densas trevas afugentam a esperança! Elas
sugam a nossa força e sufocam-nos até fazer da dor, doença crônica; emoção
debilitada, pressão anímica e variadas inquietações passam a reger o nosso contexto
de vida. A esperança de nos salvarmos parece não existir. E agora?
“[...] A noite esfriou
/ o dia não veio / o bonde não veio / o riso não veio / não veio a utopia / e
tudo acabou / e tudo fugiu / e tudo mofou / e agora, José?” (Drummont)
Porém, o servo de Cristo, ainda em tempo, com toda força e
empolgação dadas pelo Espírito Santo, levanta-se e, com a alma já renovada,
diz: “Admoesto-vos a que tenhais bom ânimo, porque não se perderá a vida de
nenhum de vós...” (v. 22).
Assim sendo,
parafraseando Santo Agostinho, podemos dizer: Só na graça da tua misericórdia,
ó Senhor, colocamos toda a nossa esperança!
(Liliana Almeida)