quinta-feira, 12 de abril de 2012

Ser retrógrado

Inumano




Se for agouro, nada me diz que manifeste desgraça, morte. Ademais, a morte é acentuada em disfarçadas camadas da vida, chega sorrateiramente, faz estrago no âmago dos que permanecem neste plano.
Não sofro de nenhuma doença anímica, ou sofro. Afinal, o que é o ser pensante sem as perturbações que lhes arrastam pela vida?
Porém, a modernidade achar-me-á obsoleto, afinal, o “mundo” hodierno é pragmático; pessoas resolvidas, bem ensaiadas, visão firme no alvo desejado, não toscaneja e tem tudo compartimentado; são automáticas, mais metódicas que as máquinas. Tão evoluídas, que ser humano está fora de uso, é estupidez; inteligente é assemelharem-se às máquinas e com elas competir os sentimentos.
Assim sendo, reflexão é somente devaneio mental. Dito por “intelectual” da modernidade: “é viajar na maionese”. Ora, incrível! Uma definição alongada em verdades profundas que refletem, brilhantemente, a excelência de tal modernidade.
Meus amigos, ao contrário de vós, fui desenvolvido em um “programa” que se fez ultrapassado, não há meio de recuperação; não encontro nenhum dispositivo automático que me lance a acompanha-los em conexão. Sim, sou retrógrado!

Liliana Almeida
28 de Março de 2012

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